domingo, 31 de julho de 2011

DIÁRIO DE VIAGEM:

AMICIZIA, CULTURA e PASSEGGIATE.
INTRODUÇÃO:
 Esta e a última parte que escrevo e não sei se consegui registrar toda a emoção que senti. Há muito tempo sonho em visitar a Itália, vários convites me chegaram para a trabalho ir à Nova Iorque, Paris e Equador. Outra viagem para visitar amigas na Irlanda me levou ate aquela Ilha linda, mas agora chegou a vez da viagem dos sonhos: Lá bella Itália!
O motivo principal desta viagem esta na oportunidade de rever amig@s muito queridas que dividiram comigo e outros, ótimos momentos quando estiveram no Brasil. Silene e Emy vieram a Barra Mansa como voluntárias do MLAL (Movimento Leigo pela América Latina), em um tempo de final da ditadura militar, de um movimento sindical com a participação social da Igreja muito forte tendo como bispo D. Waldir Calheiros e como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Juarez Antunes.
Especialmente com Silene, houve uma grande amizade e uma grande partilha na oração, na música e nos cursos de formação de política sindical. Por tudo que ela falava e pela nossa amizade sempre fiquei motivada a conhecer a Itália, mas tudo que eu imaginava foi superado por tanta beleza, cultura e história.
Reencontrar Silene e sua família, conhecer aquelas obras de arte, arquitetura, história e saber que tudo aquilo faz parte de um passado tão distante, em muitos casos antes de Jesus Cristo, emociona demais.
Junto comigo nesta viagem estão duas amigas de luta e convívio também muito queridas, Luiza e Chiquinha e todas nós tivemos a impressão que estávamos o tempo todo vivendo em um cenário de cinema ou de uma grande opera, espero que nas próximas linhas eu tenha conseguido passar um pouco do que eu vivi.

SAINDO DO RIO PARA MILÃO VIA FRANCA - 02/07:
Sairíamos do Galeão pela Air France às 16h20min com escala em Paris de 01h30min. O avião atrasou mais de 5 horas e quando chegamos a Milão as malas não apareceram. Gente como é triste ficar olhando prá esteira, todas as malas rodando, as pessoas pegando as suas e as da gente nada. Sorte ter do lado uma brasileira na mesma situação que nos ajudou a fazer o registro. Ganhamos uma bolsinha com escova de dente, pasta, pente e uma camisa de malha branca enorme que todas usamos como camisola, eu tinha levado na mochila de mão algumas pecas de roupa e isto ajudou nos primeiros dias.
Quando saímos Silene já estava sem saber o que fazer. Abraços, beijos e ida para o carro direto pra casa dela.
CHEGADA E VISITA A LALLIO - BERGAMO - 03/07/11
O sol estava a pino e fazia muito calor, pensei que ia dar uma dormidinha, afinal saímos de casa em Barra Mansa no dia 2 ás 9h, participamos de um seminário regional do PT, depois viajamos, agora já era dia 3 por volta das 17: 30 min., mas a Silene respondeu: “dormir que nada, vamos a uma festa”, aí eu me dei conta que realmente se dormíssemos só acordaríamos no outro dia e eu não estava tão cansada assim, acho que foi pela diferença de fuso horário com 5 horas a mais que o Brasil e pela diferença do atraso do vôo, sei lá. Depois de deixar as coisas, bater um papo, a Silene ligou para uma amiga muito simpática, que também foi voluntária no Brasil e saímos para a festa da comunidade que localizava em um local que parecia um clube, mas na verdade era uma área social da igreja que eles chamam de Oratório, neste caso era o Oratório de San Francesco. Uma grande tenda com balcão de atendimento, muitas mesas com bancos espalhados e cheios de gente sentada, um pequeno palco onde todos os dias apresentavam-se atrações locais. No centro havia uma pista de dança ao ar livre e muitos casais dançavam valsa. Achei muito prático o sistema de serviço que atendia as mesas de dentro da tenda e   as que estavam ao ar livre também: uma
folha A4 trazia tudo o que tinha e seus preços, como um cardápio. As pessoas faziam seus pedidos e pagavam no caixa, recebiam um número, deixavam seus nomes e voltavam pra suas mesas, logo em seguida de um microfone alguém anunciava seu número e nome e a pessoa pegava no balcão. Comemos massa e costelinha de porco, primeiro dia ótimo, agora dormir porque ninguém e de ferro.

- VISITA A LALLIO, COMPRA DE ROUPAS E CITTÁ ALTA DE BERGAMO:

Pela manhã, fomos andar por Lallio, uma localidade de Bergamo, onde Silene nasceu e mora com os seus filhos Pedro, Marta (gêmeos) e Mateus. Passamos por onde era morou, estudou, vimos as igrejas e o Oratório local onde estavam realizando uma colônia de férias com a participação de muitos jovens. Entramos também na escola infantil, que também funciona como creche, onde Silene é diretora, apesar das férias haviam crianças lá. Uma passada no mercado para comprar melão e fomos ao almoço, o presunto cru, mas defumado servido com melão, segundo a Silene é um prato que consideram chiques, eu gostei.
A tarde depois de passarmos no centro comercial e comprarmos algumas peças de roupa na loja Uchan (nossa salvação) nosso destino foi a cidade alta de Bergamo. Que beleza! Pensa numa cidade linda do tempo medieval cercada de muralhas, com várias portas de entrada que na época servia para proteger de invasão, com ruas estreitas que sobem cercadas de casas e comércios com flores nas janelas. É isto e muito mais, pois o clima eu não consigo descrever. Havia um gramado onde funcionava um bar numa grande tenda e alguns sofás virados para a vista da cidade, não resistimos e ali sentamos, tomamos birra e tiramos gosto com presunto cru e defumado, uma porção que pra falar a verdade poderia ter sido maior devido o preço, mas valeu pela emoção de desfrutar aquele lugar.

 PASSEIO A MILÃO:

O trem e o melhor meio de transporte, eu já sabia disto, sou amante de trem, mas na Itália eu percebi na prática o quanto isto facilita a vida e é importante, este foi o nosso principal meio de transporte o tempo todo, compra-se na banca de jornal ou em uma loja de souvenir e percorre-se o mundo, mas é bom lembrar, antes de entrar no trem tem que autenticar ou "convalidar" numa maquininha que fica nas estações.
Pra ir pra Milão não foi diferente, pegamos um trem em Cervello, outra localidade, onde fica sempre mais fácil de estacionar o carro. Paramos na estação central de Milão e caminhamos pela capital da região da Lombardia, de onde Bergamo também faz parte. Pegamos agora um metro na mesma estação e descemos na estação da Piazza del Duomo (praça da catedral), uma visão estupenda de uma Praça enorme cercada de grandes construções lindas e com a catedral ao fundo cheia de agulhas apontando para o alto, contando em suas paredes só do lado de fora são mais de 3.500 estatuas de diversos tamanhos, algumas ate ocultas. Do lado de dentro além de outras esculturas como a de Sam Bartolomeo Scorticato, que foi escalpelado em vida e os lindos vitrais, grandes colunas sobem ate o teto e a maior parte da iluminação e do sol que chega da janela. Segundo o guia turístico que compramos o arquiteto autor quis com isto dar a sensação a quem entrasse de uma grande floresta, com árvores muito altas onde a iluminação fosse os raios do sol entrando pelas frestas e conseguiu.
Do outro lado da Praça a Galeria Vittorio Emanuele II com as grandes lojas de moda, fama de Milão, tiramos foto em frente de uma das mais famosas mundialmente para mostrar que "as anjas também vestem Prada" rsrsrsrsrsrsr. No centro da galeria um grande vitral refletindo a claridade e no chão, vários mosaicos desenhados representando os símbolos de Roma, Milão e Florência. Na parte do touro de Roma, diz a lenda que rodar o calcanhar em cima da parte mais sensível do touro tem mais sorte, ficou até um buraco no local, por via das dúvidas, as três deram uma rodadinha lá. Compramos um panzerotti, tipo pizza frita,no fast-food italiano Luini sentadas na calçada como muita gente fazia.






EMFIM a BUSCA DA MALA e HAPPY HOUR NA CIDADE BAIXA:
Hoje ligaram do aeroporto dizendo que nossas malas foram encontradas, então eu e Silene fomos de carro ate lá para buscá-las. Tudo certo e intacto, aí pudemos trocar melhor de roupas e começar a distribuir os presentes que levamos do Brasil: uma imagem do Cristo Redentor, várias sandálias havaianas, camisas do Rock in Rio e do Festival "Café, Cachaça e Chorinho", um pacotão de bombom Sonho de Valsa e uma caixa com biscoitos Maizena e Passa-Tempo (a pedidos).
A tarde andamos pela parte de baixo de Bergamo, grande, mas tranqüila após o fechamento do comércio, eu e Silene caminhamos pelas ruas cantando as músicas no ritmo bossa-nova lembrando do tempo em que estudávamos violão com o Dito em Barra Mansa, aliás, no carro dela o cd de bossa-nova é sempre repetido e o Pedro cada vez que pega o carro canta junto todas aquelas músicas, ele adora e eu também adorei isto! Por falar nisto, paramos prá tomar um sorvete e no rádio da sorveteria tocava Maria Gadú,..timbalaê quando vejo o sol beijando o mar... muito legal!
Pra finalizar a noite, que já tinha chegado, mas não escurecido, paramos num barzinho chamado Varadero (nome de uma cidade de Cuba), ao lado da igreja de São Alessandro. Pegamos o final de um Happy Hour, você paga um valor e tem direito a uma cerveja ou vinho e todo tipo de tira-gosto, que vai desde pizza e lingüiça até abobrinha e berinjela.

INDO PARA NOVARA - 7 de julho:
Hoje acordamos as 8:15 sem despertador, mas parecia as 6:30, o tempo estava pela primeira vez nublado. Aprontamos e subimos para o café sempre preparado pela Silene com um bom diorno. No café uma surpresa agradável: Paula a amiga de Silene, veio para trazer um presente para levarmos para a Emy. Após o café Silene nos levou a estação de Bergamo onde pegamos o trem para Novara com troca de trem em Milão.
Vamos visitar Emília Perotto, não vejo Emy há mais ou menos 27 anos, desde quando ela voltou para a Itália. Emy como falei anteriormente foi voluntária do MLAL no Brasil e participamos juntas do movimento sindical, principalmente o metalúrgico, comunidades e pastoral, principalmente a pastoral operária. Emy morava de inicio na casa da Masica, uma amiga muito querida e depois mudou para a Vila Maria ate chegar Silene e depois a Luizela. Visita-lá e uma alegria muito grande.
Durante a viagem o bilheteiro entra e fala rude com os turistas que parecem não entender o Italiano e não autenticaram a passagem antes de entrar no trem, tiveram que pagar novamente, ainda bem que a Silene explicou tudo direitinho e não recebemos esta bronca, mas não ficamos livres,pois o mesmo homem brigou com a Chiquinha que tirou uma foto dele. Chiiiiiii!!!!!! rsrsrsrsrsrsr
Descemos em Milão e pegamos um outro Trenitália para Torino, Novara esta na terceira estação. Lá vamos nós!
Emy estava nos esperando, o rosto era o mesmo embora de cabelos brancos, estava muito feliz e muito bem. Ela trabalha de voluntária no que chamam de botega da Eco solidária (uma loja onde voluntários vendem produtos de economia solidária de diversos países do mundo. Trabalha também com reflexologia, que aprendeu para cuidar de sua mãe quando estava doente.
O dia foi cheio, depois de almoçarmos na casa da Emy saímos para encontrar sua amiga Laura no centro de Novara, onde depois de um sorvete maravilhoso, conhecemos o centro da cidade com suas ruas estreitas e bonitas, as igrejas e seus pontos turísticos. Ao entrar em uma das igrejas,levamos um susto,pois logo chegou um homem dizendo que não podíamos ficar ali com blusa sem mangas. Já a noite, mas, ainda claro, apesar de nublado, fomos de carro conhecer o Lago Maggiore na cidade de Arona, lindíssimo! Além da enorme estátua de S. Carlos,andamos pelo o entorno o lago que da a impressão de um mar, com barcos e tudo. Se tivéssemos combinado mais um dia poderíamos visitar suas diversas ilhas e chegarmos ate a Suíça, pode? Bom fica pra próxima! Então fomos para pizzas deliciosas e cerveja pra bem fechar a noite num restaurante muito simpático e até barato na beira do lago. Chegamos na casa da Emy já desmaiando de cansaço e a cama nos esperava, um bom sono logo começa porque amanhã é dia de visitar Torino.

VISITA A TORINO - 8 de julho:
Já de manha estávamos na estação de Vercelle para pegar o trem para Torino e já dava pra ver a beleza da "Città D'arte". A viagem durou em torno de 45 minutos e descemos na estação de porta sussa. Ao chegar andamos até a Praça 18 de Dezembro, depois até a Plazza Del Castelo, o calçadão onde estão muitas lojas ( é bom não falar esta palavra por aqui, pois podem entender que você esta falando de prostituição). Saímos em frente Museo Nacional do Cinema, que valeu muito a pena visitar, pois além de conhecer a história do cinema e experimentar o efeito de luzes e sombras, esta ali também a torre projetada por Mole Antonelliana com abóboda semelhante da Igreja de São Galdencio em Novara, que também visitamos e da Igreja São Pedro em Roma, todas projetadas pelo mesmo arquiteto. Subimos até o final da torre por um elevador e de lá vimos toda linda Torino. Hora agora de parar para "mangiare", experimentamos a comida árabe - kebab sentados em uma mesinha com cadeiras numa galeria.
Faltava agora ir ao Rio Pó, descemos então mais um pouco, de longe vimos a Igreja Santa Madre de Dio e encontramos com muitas crianças, alguns monitores e um padre que suavam para guiar as crianças. Bem, achamos de onde saia o barco, que por $2,50 nos levou ate o burgo medieval (borgo medievale), muito interessante percorrer aquele chão, ver a construção e ler sobre os costumes da época.
Queríamos agora voltar a estação e retornar para Novara, no entanto uma chuva interrompeu por um tempo nossa andança, fazendo nos esconder na entrada de uma academia. Passada a chuva, novamente andar, chegar a estação, pegar o trem e desembarcar em Vercelle, onde aproveitamos para ver um pouco mais desta cidade da arte, que merece realmente o título atual e o futuro título de patrimônio da humanidade.
Já a noite em Novara, depois de um banho e um delicioso jantar com salada, carne, salame, queijo, pão, vinho e dormir, pois o dia foi puxado. Chiquinha e Luiza junto com Emy ficaram com os pés de molho na água com vinagre e sal, que segundo ela e muito bom para o descanso e drenagem, embora precisasse, não agüentei, fui dormir.zzzzzzzzzzz.......





A VEZ DE FLORENÇA - 9 de julho: sábado.
Já as 8:30 estávamos na estação de Novara, Emy nos levou de carro, mas como a partida do trem era ás 9:03 aproveitamos para dar uma andadinha no passeio de Novara. Pela primeira vez o som da estação avisou que o trem atrasaria 10 minutos.
Encontramos com a Silene na Estação central de Milão, que já estava com as passagens prontas para o TAV (trem de alta velocidade) para Florença, antes recebemos dela um "regalo": um brioche com cappucino no café da estação. Olhamos o "binário", que era de número 11 e pegamos a "carrozza" 6 e entramos no TAV, mesmo na segunda classe um vagão com ar condicionado, mesa para refeição, cadeiras estofadas e muito limpo. A paisagem lá fora era de área rural formada especialmente de pequenas vilas agrícolas.O trem corre, mas não a ponto de não podermos ver, deu até para fotografar, embora estivéssemos a quase 370 km. Iniciamos um lanche delicioso de queijo e salaminho com suco de pêssego arrumado pela Emy, não precisando comprar no restaurante do TAV. Um creme de abricó e pêssego foi servido de graça como lançamento de algum produto. Fico aqui pensando na instalação do TAV do Rio a São Paulo com estação em Barra Mansa que me levaria ao Rio com 35 minutos. Bom, vou comer, depois escrevo mais....
Magda, amiga de adolescência de Silene nos esperava na estação central de Florença, muito simpática e sorridente nos levou ao quarto que alugou para nós três, Silene ficou no apartamento que Magda mais duas colegas alugou para fazerem um curso de aperfeiçoamento, ela e arte-terapeuta e usa a arte para educar crianças especiais, mas antes cada uma comeu uma tigela de salada com atum em café com cadeiras ao ar livre.
Iniciamos então nossa aventura de arte por Florença. Primeiro andando pelas ruas apertadas onde pedestres, ônibus, bicicletas e motos dividem espaço e convivem muito bem, depois a Praça da Igreja Santa Cruz, palácio velho, Duomo (catedral) e o Batistério. Que coisa mais linda! Chega a assustar tanta beleza, olhar aquela Igreja toda em mármore branco reluzindo ao sol com inúmeras réplicas de estátuas gigantes em sua frente, inclusive a de David de Michelangelo. A Praça também fica cercada de barracas de "souvenir", muito couro e venda de cartões e gravuras, artistas também apresentam seu talento pintando ao ar livre. Caminhamos por outras ruas estreitas e chegamos a mais uma grande maravilha: a catedral não tem como descrever de tão grande e magnífica. Em mármore verde e branco ela possui inúmeras obras numa só com as pinturas e esculturas diversas em suas paredes e muito rococó ou fluflu, como diria a Silene. Ao lado uma linda torre quadrada apontava para o céu límpido e azul e em frente o Batistério, que tivemos a felicidade de entrar e ver a sua beleza dourada e reluzente com inúmeras gravuras em Mosaico retratando desde o édem até a crucificação de Jesus, passando pelo batismo e a prisão de João Batista, aliás santo padroeiro de Florença.
O Calor era muito forte e após toda esta jornada o cansaço já não deixava fazer mais nada a não ser pegar um micro ônibus e ir para o apartamento da Magda, comer um macarrão e vir dormir, ah, mas antes eu, Chiquinha e Luiza paramos para uma cerveja numa taverna próxima do nosso quarto. Boa noite que amanhã tem mais Florença.

MAIS FLORENÇA - domingo - 10 de julho:
O café no quarto que alugamos não era de hotel do Brasil, mas era bom: leite com sucrilhos, Suco, brioche, bolinho e café. Eu e Luiza pedimos expresso, mas ao vermos que a xícara nossa era "picola" como todo café na Itália, gastei meu italiano fraco: "voglio cappuccino anche", o jovem sempre muito simpático respondeu: "si, si..."
Fomos ate o apartamento da Magda levando nossas mochilas e saímos as cinco juntas novamente para Florença.
Chegamos na praça da Universitá onde estão expostas diversas obras de arte, mas a fila era imensa e o valor do ingresso era acima de 30 euros, preferimos então escolher o Museo Sam Marco, boa escolha. O lugar, um antigo convento dominicano, onde estava o Frei Girolano Savonarola quando foi preso e queimado na praça da Signoria por denunciar as "sacanagens" da igreja da época. Neste museu foi possível observar várias obras de arte do Beato Angélico. Em toda cela onde os frades dormiram havia uma obra com pinturas sobre Nossa Senhora, as diversas etapas da vida de Jesus, entre outras, interessante observar que sempre colocavam nas obras a presença de São Domingos e São Pedro Mártir como se eles vivessem naquela época ou como se suas orações fossem tão forte que se transportavam para o momento (bom foi assim que interpretei). Caminhando novamente fomos ate a Ponte Vecchia e tivemos a oportunidade de passar novamente pelo Duomo e aquelas ruas estreitas lindas, mas a ponte Vecchia sobre o rio Arno foi surpreendente com a vista do rio e as suas muitas lojas de jóias em ouro de um lado e de outro. Uma curiosidade é um monte de cadeado preso em um ferro onde as pessoas prendem o seu amor e joga a chave no rio (coitado do rio!). Não tranquei nenhum cadeado, prefiro a liberdade!
Hora de comer algo, paramos em um barzinho onde eu e Silene comemos um sanduíche de salame finocchiona, Luiza uma lasanha e Chiquinha e Magda sanduíche com presunto cru, o pão é bem mais duro do que estamos acostumados. Dali voltamos a casa da Magda, onde encontramos suas amigas Emanuele e Irma, pegamos as nossas mochilas e retornamos a Bergamo. Como fomos para a estação de ônibus, fizemos um derradeiro e lindo roteiro turístico, pois o micro-ônibus circulou por várias ruazinhas daquelas e passou pelos monumentos históricos que já havíamos visto, ficou um último gostinho de Florença. Pegamos novamente o TAV até a estação Milano Centrale onde um trem regional nos levou a Bergamo, onde o Pedro nos esperava de carro.

TENSÃO, BUROCRACIA e ALEGRIA:
Ainda dentro do trem regional de Milão a Bergamo a Chiquinha em sobressalto sentiu falta de sua bolsa de mão vermelha, percorremos novamente todos os vagões do trem na procura, pois antes de sentarmos havíamos percorrido dois vagões a procura de um que tivesse o ar condicionado ligado, mas nada de encontrá-la. Preocupadas e tristes, pois dentro da bolsa havia passaporte, a maquina fotográfica e perto de 200 euros, antes mesmo de chegarmos a casa de Silene a Marta começou a ligar para todas as polícias ferroviárias e achados e perdidos. No dia seguinte fomos até o consulado do Brasil em Bergamo para ver como faríamos com os documentos da Chiquinha. O atendente informou que não emitem novo passaporte e que teria que ter documentos com foto para que a autoridade consular examinasse a possibilidade de emitir uma autorização somente para voltar ao Brasil, neste caso a Chiquinha não poderia prosseguir a viagem para Roma, a não ser de trem. Resolvemos andar então um trecho enorme atrás do setor de achados e perdidos e nada. Começou então uma jornada de orações e ligação para a ozana e o Dodó para que digitalizassem e passassem as cópias dos documentos que ficaram em Barra Mansa. Eles trabalharam bem, os documentos chegaram e no dia seguinte fomos até Milão para levar os documentos ao Consulado, mas antes na estação central entramos nos TAVs que estavam parados para supervisionar os assentos que estávamos, perguntamos novamente no serviço de atendimento da Alitália, na polícia ferroviária e nada, mas Silene pegou o telefone da polícia ferroviária em Bergamo, ao ligar veio a notícia: “aqui tem uma bolsa vermelha e um passaporte com o nome de Francisca”. Pulamos, nos abraçamos, rezamos, cantamos e pegamos novamente o trem de volta, antes de chegarmos a polícia paramos para comprar uns docinhos para os policiais em agradecimento, mas quando chegamos lá só estava mesmo o passaporte e a bolsa, a carteira com os outros documentos e a máquina fotográfica tinham ido embora mesmo,mas ficamos alegres, pois sem o passaporte o restante da viagem estaria perdida.

VERONA, PÁDUA,VENEZA - 13 de julho - quarta-feira:
Saímos no trem regional das 7 h da manhã, impressionante como acordei as 5:59 sem nenhum cansaço e olha que deitei mais de meia noite e o calor me fez acordar várias vezes. Nosso roteiro compreendia ir ate Brescia, mudar de trem e ir ate Verona, pegar outro trem e ir ate Pádua e chegar a Veneza a noitinha onde dormiríamos e assim foi feito.

- Arte e Beleza Assim e Verona:
Chegamos a estação e pegamos um ônibus cheio para o centro, paramos e atravessamos um Portal muito bonito, observando as casas típicas da região de Veneto, algumas ruas, uma praça onde se encontra instalada a prefeitura e de repente, estava ela lá: grandiosa, imponente resistindo o tempo, fazendo história e perpetuando cultura. E esfuziante ver a Arena e do lado de fora os cenários dos próximos espetáculos. Alguns homens musculosos, os únicos que eu vi por aqui empurravam as peças, um programa desde que chegamos estava sendo anunciado com as diversas operas tradicionais, Aida, La Travirata, Romeu e Julieta, entre outras pela comemoração dos 150 anos da unificação da Itália. Alguns artistas de rua, vestidos de trajes épicos romanos se ofereciam para tirar fotos com os turistas e mais na frente um homem imitava um bebe dentro de um carrinho, muito engraçado.
O mapa que compramos dizia: " Lá mágica atmosfera che si respira a Verona e doçura al farto che ogni casa, ogni muro, ogni singola píeres raccontano una storia,..." e posso dizer: E vero!
Especialmente aqui lembrei muito de minhas sobrinhas e irmãs e de quanto gostariam de estar aqui, especialmente lembrei-me da Bianca que quer ser atriz e estuda teatro.
Continuamos a andar e chegamos a Praça da Erva, onde havia feira de frutas e souvenir diversos, voltando e caminhando um pouco mais passamos pela casa considerada de Romeu, sem muito alarde, e mais a frente a casa de Julieta, esta sim com muitos turistas e fila, com direito a pagar ingresso e subir até a sacada para tirar fotos. Com o mapa na mão da Silene, deu pra ver que dava pra chegar a estação, então andamos, pegamos o trem e partimos para Pádua.

- Padova, Outra Vez Não ...
Chegamos em Veneza e já na estação encontramos com uma senhora que era mãe de amigos dos filhos de Silene que haviam esquecido em sua casa a carteira e os óculos após virem de uma temporada na cidade de Selva, um encontro de férias de verão organizado por padres Jesuítas na montanha, o encontro era para entregar a ela o que os filhos haviam esquecido. A mulher muito gentil comprou nossas passagens de ida e volta num ônibus elétrico muito bonito para irmos a Catedral de Santo Antônio de Pádua, desceu no meio do caminho e nós continuamos. Ao chegarmos ao ponto próximo, fui a ultima a descer do ônibus, ouvi um barulho, agachei pra pegar e gritei para as meninas esperarem, era a bolsa da Silene que caia de sua mochila. Dentro não foi encontrada a carteira com dinheiro e documentos e a passagem para Veneza. Gritamos para o ônibus parar, mas ele se foi, ainda olhei entre os trilhos para ver se havia caído fora da calcada, mas nada. Ficamos todas atônitas sem saber o que fazer, depois da Chiquinha ter perdido a bolsa e todos os documentos não era possível acontecer de novo, mas era verdade. Não sabíamos o número do ônibus, então esperamos o outro ônibus do estilo e falamos com o motorista sobre o assunto e mais um que veio e mais outro e mais outro. Enquanto Silene e Chiquinha falavam com o motorista eu olhava na porta do meio para ver se os perdidos estavam por sorte debaixo dos bancos e nada. A raiva e a tristeza tomaram conta de nós, não sabíamos se alguém havia aberto a bolsa e roubado ou se havia caído pelo fecho ter ficado aberto. Não havia outra saída, o negócio era pegar o ônibus, voltar para a estação ferroviária, perguntar se alguém tinha achado, fazer denúncia na policia e esperar que alguém devolva pelo menos os documentos como aconteceu com o passaporte da Chiquinha, o registro na policia municipal, que foi muito simpática, na própria estação foi a alternativa,
Santo Antônio teve que esperar uma outra visita, pois agora já não dava mais jeito, Veneza nos esperava.


- Veneza, Beleza Surpreendente:
Antes de chegarmos já vimos o mar Adriático e de longe alguns navios ancorados, eu de imediato falei: "já estou vendo os transatlânticos!", (só depois percebi que tinha falado uma besteira, pois não se tratava de Atlântico e sim de Mediterrâneo, então seria Transmediterraneo ou transeuropeu?, sei lá... rsrsrsrsrsrsr). Do lado de fora da estação já compramos pacotes de bilhetes para o Vaporeto de 24 horas, assim não precisamos comprar mais passagem em Veneza, bastava aproximar o cartão da máquina que registra. Saltamos na estação Academia onde ficamos hospedadas, um antigo convento que agora funciona como hotel entre um lado e o outro do canal, bom, bem localizado e de ótimo preço. De noite (modo de falar porque o sol só se põe depois das 9h), procuramos um restaurante ao ar livre bem agradável para jantarmos uma comida boa e comemorarmos o aniversário da Chiquinha, os garçons, uns indianos muito alegres mexiam com todos com uma maneira diferente, na nossa mesa não paravam de falar o nome da Luiza e ao final quando falei que era aniversário da Chiquinha ofereceu um pedaço de um bolo, meio duro, é verdade, mas foi simpático.
Continuamos a caminhada até a Praça Sam Marco e lá encontramos uma paisagem inacreditável de tão linda. A maré havia subido e a Praça estava alagada numa boa parte, as luzes acesas dos prédios refletiam na água, vários restaurantes tinham cadeiras na rua lotadas de pessoas e em cada um deles um violonista se apresentava. No céu a lua quase totalmente cheia completava o cenário fabuloso que chegava a ser sul real. Atravessamos no meio da água, andamos até o barco, descemos na estação Academia, passamos em frente do hotel, mas não paramos, fomos até a outra margem do canal pra tomar a última cerveja antes de dormir.

- Murano: Na manhã depois do café, mais uma vez pegamos o barco, desta vez uma viagem de 30 minutos para visitar a ilha de Murano, onde é tradicional pela fabricação de vidros de todos os tipos, inclusive para bijuterias e decoração. Tivemos a oportunidade de presenciarmos a fabricação ao vivo de uma jarra eum cavalinho. As casas, as bodegas, as calcadas da ilha e os barcos que circundam o canal também dão um clima muito especial. Ás cinco horas já estávamos pegando o trem na estação para Milão e depois Bergamo, Silene teve um encontro com um grupo de amig@s e nós resolvemos ir pra casa mais cedo.

 PIC-NIC NA MONTANHA - 15/07:
Pela manhã Silene utilizou parte do tempo para organizar seu documento pela perda, ou roubo, no ônibus de Pádua, enquanto isto ficamos no centro comercial olhando departamentos da loja Uchan. Depois fomos de carro rumo a cidade onde seu irmão Jean Carlo, sua cunhada Stefania e os filhos Josué, Leandro e Rosalia moram. A casa deles, muito bonita é parte de um projeto social organizado por Jean Carlo e mais três casais. Foram construídas 8 residências em um casarão antigo e um terreno de médio porte. Quatro residências são fixas de pessoas que administram o projeto e as outras quatro são ocupadas por no máximo um ano, por migrantes que pagam um aluguel de pequeno valor por si ou através de aluguel pago pelo seguro social.

Num carro grande da família (Ulisses da Fiat), entraram as mulheres com Stefania dirigindo e no outro Jean Carlo levava os meninos, as crianças são lindas! No meio do caminho Rosalia, a mais pequenina, passou mal e acabou terminando a viagem junto com os homens. No carro uma música bonita italiana, cujo cantor não me lembro o nome preenchia o ambiente. A paisagem foi mudando até que chegamos a um lugar realmente muito bonito e ali, num parquinho de um restaurante, fizemos nosso Pic-Nic: pão, presunto cru, queijo, rúcula, tomate, coca, vinho, água, frutas. As crianças brincaram, andamos mais um pouco e descemos a serra, vida simples e com sabor, tinha tempo que eu não fazia Pic-Nic. Na casa da família mais um café e roda no caminho novamente prá Bergamo onde saímos para curtir a última noite na companhia de Silene. Fomos a um jardim em Bergamo, parte baixa. Havia um lago com patos e cisnes, um por do sol belíssimo e uma grande tenda armada servindo bebida e comida, aliás encontramos muitas destas, como dizia a Silene: “é a industria do verão”. Quando chega o calor a prefeitura licita espaços públicos onde são instaladas estas tendas que funcionam como bares. Muita gente foi chegando e quando escureceu apareceu uma lua cheia maravilhosa. Bebemos cerveja, comemos costelinha de porco com batata frita e panino (acho que e isto), uma massa fina redonda assada com recheio de diversos sabores que se dobra formando um grande pastel e se come pegando com as mãos. Não me lembro a hora, mas já era escuro quando voltamos pra casa, demos os últimos retoques nas malas pra caber tudo e dividir de acordo com o peso exigido (2 malas com 23k cada). Preocupada de como nós iríamos para Roma sozinhas e sem falar a língua (imagine que sem saber nada eu das três era a que mais sabia), Silene ainda ligou para confirmar nossa reserva em Roma, riscou no mapa e escreveu num papel a parte qual caminho, trem, taxi ou ônibus que deveríamos pegar, além de costurar a mão a minha mochila que havia descosturado, uma amigona.

ROMA CIDADE ETERNA - 16/07:
A Chegada: As 8:30, Jean Carlo foi nos buscar com o seu carro, só o carro de Silene não conseguiria levar todas as nossas malas até o aeroporto. Despedimos de todos e logo entramos para pegar o vôo da Alitália rumo a Roma, 1 hora e 30 minutos de viagem. O trem também poderia ser uma boa alternativa de transporte, mas como agendamos do Brasil o avião foi o meio escolhido.
Chegamos no aeroporto e logo compramos por 14 euros um bilhete de trem de ida e volta para a estação Roma Termini. Na estação, conforme orientação da Silene procuramos um ônibus ou um taxi que nos levaria próximo a nossa hospedagem, não vimos a indicação de ponto de ônibus, mas logo percebemos alguns taxis e motoristas parados do lado de fora dos veículos, nos aproximamos e mostramos o endereço no mapa, estranhamos porque todos se falavam como se não quisessem pegar a viagem e repassaram a tarefa a um deles que tinha um carro parado do outro lado da rua, mas sem a placa de taxi em cima do carro, Luiza chamou a atenção e ele mostrou que estava dentro do carro e colocou em cima, mas quando estávamos entrando retirou aplaca novamente, Luiza nos avisou de novo e nós resolvemos sair do carro, o motorista esbracejou alguma coisa, mas seguro morreu de velho, né? Perguntamos a um homem uniformizado que parecia funcionário da estação mostrando o mapa e ele disse, meio em gesto, meio em italiano e meio em português, que era só seguir e frente que chegaríamos lá, não era longe, menos de 20 minutos. Então resolvemos ir a pé. No entanto, no meio do caminho ficamos inseguras, paramos para olhar no mapa e uma mulher que não era italiana parou e perguntou que língua falávamos, querendo ajudar, nos explicou meio em espanhol e italiano que teríamos que passar perto Coliseu para chegar lá, andamos mais um pouco e perguntamos a um homem que parecia chinês, dono de uma loja que nos apontou numa direção contrária a da mulher, mas que sentimos maior segurança, olhávamos no mapa, mas não tinha todas as ruas escritas, por isto a insegurança. Chegamos na praça da Igreja Santa Marie Magiore e eu super cansada, com o calor e já com fome resolvi que só sairia dali depois de comer algo e perguntar ao dono do bar a direção certa. Assim foi feito, uma lasanha boa, uma coca-cola pra refazer e descemos a Via Panisperna, mais na frente uma moça que falava um pouco de português nos indicou a Via Internacionale, que já tínhamos procurado lá traz, seguimos a indicação e avistamos o grande monumento branco que a Silene havia falado, o Altar da Pátria, mas um pedido de informação e chegamos a rua Botegue Oscure número 20, onde seria nossa hospedagem, mas estava com tapume de obra, assustamos e olhamos novamente o endereço, só aí percebemos o número 40. O endereço era uma casa de freira que funciona como hotel e fica no largo Santa Lucia número 20 que por sua vez entra no número 40 da Rua Bothegue Escure, deu pra entender? Bom, chegamos e fomos recebidas por uma irmã bem velhinha, descansamos um pouco com a certeza de que o ditado está certo: "quem tem boca vai a Roma" mesmo.
Após o breve descanso saímos, a casa das irmãs localiza-se no centro histórico, a poucos passos da Praça Veneza e da Praça São Marcos onde se localizam o imenso Altar da Pátria, o Capitólio e na Via até o Coliseu de um lado e outro as diversas ruínas e arcos dos fóruns de Traiano, Romano, Arco de Constantino e outros. Olhamos tudo isto com grande admiração. Estávamos ali caminhando em locais construídos muito antes da chegada de Cristo.
Hora de voltar para o quarto, exausta, mas já esperando o amanhã.


- Basílica São Pedro - Vaticano:
As 7:30 já estávamos no café da Casa das Irmãs e logo após pegamos o ônibus para a Basílica São Pedro. Existia fila, mas por termos chegado cedo, logo entramos e ficamos de boca aberta com a grandiosidade e a beleza de tanta arte por todos os cantos, incluindo a abóboda, a estátua de São Pedro e a Pietá de Michelangelo. Na Basílica existem várias capelas e em muitas delas aconteciam missas. Não conseguimos visitar a Capela Sistina, pois por ser domingo o museu do Vaticano não fica aberto.
Após o almoço ainda no Vaticano, voltamos para a Praça Veneza e visitamos parte do museu do Capitólio, caminhamos novamente até o Coliseu, desta vez com o livro de indicações históricas na mão observando e fotografando cada espaço, alguns artistas populares se apresentavam nas ruas e o sol ainda queimava. Sentamos em um bar com mesa na calcada em frente ao Coliseu, compramos uma "birra"(cerveja) de 1 litro e dividimos entre nós.


- Capela Sistina - Vaticano:
Bem cedo já arrumamos a mochila e pagamos nossa diária, mas deixamos a bagagem na portaria para que pudéssemos sem peso voltar ao Vaticano para visitarmos a Capela Sistina. Antes, porém, não resistimos parar próximo ao rio Tavere, foi ótimo, conhecemos o Palácio Santo Ângelo, a Piazza Adriana e as pontes com as diversas esculturas de anjos, nas margens do rio havia várias barracas com mesas e cadeiras. Parece que de tarde ou de noite deve ser muito bom, pena que só vimos agora, no último dia. Caminhamos pela Via da Conciliazione onde ficam as representações dos países na Santa Sé e a divisa entre Roma e Vaticano. Ao ver a Bandeira do Brasil pendurada na janela, não resisti, fotografei e cantei a música de Ari Barroso "Brasil, meu Brasil brasileiro".
Na entrada da Praça de São Pedro paramos para comprar ingresso num guinche, mas o rapaz do atendimento nos informou que ali apenas vendia ingressos bem mais caros para não enfrentar filas, sendo assim preferimos seguir em frente e encontrar uma fila enorme com gente de várias nacionalidades e muit@s brasileir@s. Ficamos cerca de duas horas na fila, mas valeu a pena, já na entrada do museu até o caminho da capela a gente vai ficando admirada até chegar ao êxtase de ver as imagens do teto onde Michelangelo demorou 4 anos para pintar, depois atrás do altar o Juízo Final e de um lado e outro tanta arte e detalhes que contam o novo e o antigo testamento. Que gênios aqueles, que beleza celestial, que lindo poder viver e ver tudo isto! E dizem que Michelangelo gostava mais de fazer esculturas do que pintar, imagine se gostassem! Pena que só é permitido fotografar no museu, mas nao na capela.
Saindo da capela passamos por uma exposição muito emocionante do Papa João Paulo II e voltamos para a casa das irmãs para pegar as mochilas para conhecer algo mais em direção ao aeroporto. Pegamos o ônibus até a Via Internacionale, queríamos ainda visitar a Igreja de Santa Marie Maggiore, mas ao ver uma grande construção descemos, estávamos próximo da Basílica Santa Maria d. Angeli e Mártire, foi muito bom parar, tratava-se de um projeto de Michelangelo diferente de tudo que já havíamos visto, além de enorme, sem muitos bancos e com vários quadros impressionantes a Igreja trazia desenhado no chão um calendário lunar com todos os signos do zodíaco. Uma exposição sobre Galileu Galilei também estava sediada ali. Voltamos mais um pouco por outra rua e após um sorvete entramos na Santa Marie Maggiore, linda e enorme, o chão todo coberto de mosaicos em relevo e o teto inúmeras com pinturas de Maria em diversas situações, na porta de entrada uma escultura dela amamentando o menino Jesus.

Pronto, resolvemos caminhar ate a estação Termini e lá pegamos o trem para o aeroporto, retiramos a mala no depósito, um xixizinho e fazer o cheking. Fiquei surpresa quando a atendente da Alitália entregou as passagens com os números dos assentos para a Luiza e a Chiquinha e com relação a minha disse que marcariam na hora do embarque, achei aquilo estranho e reclamei misturando um pouco de português, italiano, Inglês e gestos universais, mas ela reafirmou dizendo que os assentos estavam bloqueados e que no embarque me diriam. Comemos uma lasanha no restaurante do aeroporto e aguardamos a hora. Nos aeroportos sempre se anda muito, mas neste eu nunca vi tanto, foi um tal de sobe e desce e até pegamos trem para chegar ao portão G8. Chegando lá apresentei o meu bilhete pedindo que marcassem meu assento a três rapazes do atendimento, eles olhavam no computador, falavam muito rápido entre si, eu não entendendo nada e a fila aumentando atrás de mim, até que me disse: "tenho uma boa noticia, você vai de primeira classe". Foi bom porque os assentos estão cada vez mais apertados e mesmo na primeira classe com espaços maiores eu já custei a dormir não sabendo onde colocar os pés imagine lá na econômica, depois de caminhar tanto durante o dia. O avião saiu as 22 h e chegamos ás 5 horas no Brasil, o Edson já nos esperava, mas só nos encontramos as 6:30, depois de passar na fila da conferência dos passaportes, pegar as malas e passar na alfândega, mas nenhum problema, passamos direto.
Enfim no Brasil! Sair e muito bom, aliviar a cabeça, olhar novos horizontes, conhecer novas culturas, rever amig@s querid@s, mas voltar pra casa e ótimo. Até a próxima! A reverderte!

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