quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CUIDADO: SERRA QUER FAZER SEGUNDA TRANSPOSIÇÃO DO0 RIO PARAÍBA

Reproduzo abaixo a maéria já publicada por este blog alertando sobre o perigo de falta d'água se Serra se elegesse como Presidente da República:                       
O governador de São Paulo José Serra, está fazendo estudos para fazer uma transposição das águas do Rio Paraíba do Sul com a intenção de abastecer a macrometrópole de São Paulo (São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Sorocaba). O Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídrico para a Macrometrópole Paulista, como é chamado, foi contratado em novembro de 2008,com prazo de conclusão para este mês num valor de 2, 9 milhões.
A partir desta informação, mobilizações foram iniciadas tanto no Vale do Paraíba Paulista como no Sul Fluminense. A Diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda criou uma Comissão ambiental e o Bispo Diocesano D. João Maria Messi está a frente deste movimento.

Na Alerj, desde meu primeiro mandato tenho pautado a importância da Bacia do Rio Paraíba do Sul para todo estado, já que a capital e região metropolitana são abastecidas graças a transposição existente em Barra do Piraí desde 1952, que leva água do Paraíba para o Rio Guandu. Ainda mais neste momento tenho ressaltado a importância da população do estado se mobilizar para que o intento do Serra não se confirme, pois uma outra transposição será extremamente prejudicial ao desenvolvimento e a vida de nosso estado e a escassez e a baixa qualidade da água podem  acontecer.                                                                                    
TAMBÉM POR ISTO PEÇO SEU VOTO PARA DILMA!

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Para Dilma Rousseff: o feminino e a política atual

Texto publicado no site de Carta Maior (www.cartamaior.com.br)
A reflexão antropológica dos últimos anos tem mostrado que masculino-feminino não são entidades autônomas, mas princípios ou fontes de energia que continuamente constroem o humano como homem e mulher. Estes são resultado da ação destes princípios anteriores e subjacentes que se realizam em densidades diferentes em cada um deles.
O feminino no homem e na mulher é aquele momento de integralidade, de profundidade abissal, de capacidade de pensar com o próprio corpo, de decifrar mensagens escondidas sob sinais e símbolos, de interioridade, de sentimento de pertença a um todo maior, de cooperação, de compaixão, de receptividade, de poder gerador e nutridor e de espiritualidade.
O masculino na mulher e no homem exprime o outro pólo do ser humano, de razão, de objetividade, de ordenação, de poder, até de agressividade e de materialidade. Pertence ao masculino na mulher e no homem o movimento para a transformação, para o trabalho, para o uso da força, para a clareza que distingue, separa e ordena. Pertence ao feminino no homem e na mulher a capacidade de repouso, de cuidado, de conservação, de amor incondicional, de perceber o outro lado das coisas, de cultivar o espaço do mistério que desafia sempre a curiosidade a a vontade de conhecer.
Observe-se: não se diz que o homem realiza tudo o que comporta o masculino e a mulher tudo o que expressa o feminino. Trata-se aqui de princípios presentes em cada um, estruturadores da identidade pessoal do homem e da mulher.
Continua sendo o drama da cultura patriarcal o fato de ter usurpado o princípio masculino somente para o homem fazendo com que ele se julgasse o único detentor de racionalidade, de mando, de construção da sociedade, relegando para a privacidade e para tarefas de dependência a mulher, não raro, considerada um apêndice, objeto de adorno e de satisfação. Ao não integrar o feminino em si, se enrijeceu e se desumanizou. Por outra parte, impedindo que a mulher realizasse o seu masculino, fragilizou-a e lhe fez surgir um sentimento de implenitude. Ambos se depauperaram e mutilaram a construção da figura do ser humano uno e diverso, recíproco e igualitário.
A superação deste obstáculo cultural é a primeira condição para uma relacionamento de gênero mais integrador e justo para cada uma das partes.
O movimento feminista mundial colocou em xeque o projeto do patriarcado que dominou por séculos e desconstruiu as relações de gênero organizadas sob o signo da opressão e da dependência. Inaugurou relações mais simétricas e cooperativas. Tais avanços deixam entrever os albores de uma virada no eixo cultural da humanidade. Esboça-se por todas as partes um novo tipo de manifestação do feminino e do masculino em termos de parcerias, de colaboração e de solidariedade nas quais homens e mulheres se acolhem em suas diferenças no horizonte de uma profunda igualdade pessoal, de origem e de destino, de tarefa e de compromisso na construção de mais benevolência para com a vida e a Terra e de formas sociais mais participativas e solidárias.
Mas no momento atual, vivemos uma situação singular da humanidade. Como espécie, estamos num novo limiar. O aquecimento global, a exaustão dos bens e serviços naturais, a escassez de água potável e o estresse do sistema-vida e do sistema-Terra no colocam esse dilema: ou nos parimos como outra espécie humana, com outra consciência e responsabilidade ou iremos ao encontro da escuridão. O Brasil, dada a sua situação ecogeográfica privilegiada, deve assumir seu lugar central na construção do novo equilíbrio da Terra ou corremos risco de um caminho sem retorno.
É nesse momento que se exigem como nunca antes na história a vivência dos valores do feminino, da anima, como os descrevemos acima: dar centralidade à vida, ao cuidado, à cooperação, à compaixão e aos valores humanos universais.
Dilma Rousseff, como mulher, desperte para sua missão histórica única. Sua candidatura é providencial para o Brasil e para o equilíbrio da Mãe Terra. Que os eleitores, homens e mulheres, ao elegê-la Presidenta, se tornem artífices de um processo de regeneração e de um destino bom para todos.

Leonardo Boff escreveu com Rose Marie Muraro, Feminino e Masculino (Record) 2002.              
Publicado na Revista Carta Maior.

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